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28 de jun. de 2009

Por que os dentes dos roedores e o bico das aves crescem sem parar?


A resposta é simples: para facilitar as tarefas diárias. Como assim? Acompanhe o exemplo da cutia. Para se alimentar, ela precisa abrir a duríssima casca de seu prato predileto, a castanha-do-pará. Realizando essa e outras tarefas, seus dentes da frente – os incisivos – se desgastam muito. Como esses dentes foram mesmo feitos [note a expressão] para roer, roer e roer as superfícies mais duras tão rapidamente quanto são desgastados, eles crescem sem parar. Além disso, a parte da frente desses dentes possui uma camada de esmalte reforçada. Já a parte de trás, é muito mais macia e funciona como um alicate.

Essas adaptações tão engenhosas [sinais de planejamento] permitiram aos roedores as habilidades de cavar, escalar, cortar galhos e sementes duras. O castor da América do Norte é outro exemplo de roedor de dentes fortes: eles são capazes de cortar árvores e construir pequenas represas usando apenas seus incisivos. Assim, podem reconstruir o ambiente ao seu redor, de maneira semelhante aos humanos.


Roedores, ok! Mas será que os bicos das aves crescem sem parar também? Sim! O bico das aves é formado, principalmente, por um tipo de osso chamado pneumático. Os ossos pneumáticos são muito mais leves que os ossos encontrados em nós, mamíferos, e em outros animais. Toda essa leveza é necessária para proporcionar equilíbrio durante o voo. Os ossos do bico são cobertos por uma capa formada de queratina, o mesmo material que compõe as nossas unhas. Essa capa é conhecida como ranfoteca e serve para proteger, dar forma e cor ao bico. Ela cresce continuamente em um ritmo muito lento. No entanto, como o bico é constantemente usado para alimentação e várias outras funções, essa cobertura vai se desgastando e o seu crescimento compensa este desgaste.

Araras, papagaios e periquitos estão entre os animais que possuem uma das maiores taxas de crescimento de seu bico entre todas as aves. Essas aves se alimentam principalmente de sementes duras e frequentemente utilizam o bico como se fossem mãos, que se movimentam entre os galhos das árvores.

A natureza tem sempre um jeitinho para as coisas funcionarem de forma equilibrada.


Salvatore Siciliano
e Luciano M. Lima
Projeto Aves, Quelônios e Mamíferos Marinhos da Bacia de Campos
Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ

NOTA: É curioso como se tem dificuldade de falar da perfeição que reveste a criação, sem se expressar - mesmo involuntariamente - de uma forma que mostre planejamento no que foi criado. As próprias palavras do artigo testificam disso: "foram mesmo feitos", "adaptações tão engenhosas", e a fé que é expressa no fim do artigo: "A natureza tem sempre um jeitinho..." De fato é preciso muita fé para acreditar que a natureza com suas forças cegas faria isso, por isso acredito que "No Princípio Criou Deus..."
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