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11 de out. de 2009

DEPENDE DA INTERPRETAÇÃO

Evolução e religião

Colunista recorre à genômica comparada para apontar limitações e fragilidades do desenho inteligente

O Professor Titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais, Sergio Danilo Pena, publicou um artigo no Ciência On-line comentando sobre as fragilidades e limitações do Desigin inteligente, em uma leitura atenta percebemos que em si ele não mostrou boas fragilidades ou limitações da teoria do DI, apenas mostrou fatos que podem ser interpretados pelas duas teorias (evolução ou criação) de acordo com seu paradigma.

Sérgio trás novamente a questão da comparação evolutiva e diz que "os dados gerados pelo Projeto Genoma em humanos e em outros organismos mostraram que a sequência de DNA do nosso genoma é 99% idêntica à do chimpanzé". Essa informação quando se divulgou de modo sensacionalista gerou até a idéia de que os chimpanzés e o homem deveriam estar no mesmo gênero Homo. [1]

Seria interessante lembra-nos de que essa taxa percentual tende a ser diminuída pelos cientistas evolucionistas para o percentual de 98,5% a 95 % [2]. Isso só para caráter de informação.

Uma equipe dirigida por Morris Goodman realizou um estudo comparando 97 genes de seres humanos, chimpanzés, gorilas, orangotangos, macacos do velho mundo e camundongos. E os Chimpanzés (gênero Pan) revelaram ter maior "similaridade" com os humanos do que os demais. O problema é que o estudo foi realizado com 97 genes, uma quantidade pequena para se tomar uma conclusão tão radical quando se sabe que de modo geral o genoma humano tem pelos menos 30.000 genes, ou seja, a comparação foi feita sobre 0,03% do total!

E ainda que de fato, os chimpanzés em seus genes totais fossem bastante similares aos humanos, isso não quer dizer necessariamente ancestralidade comum, depende de que lentes você usa para interpretar o fato. Dizer que pela similaridade dos genes pode-se afirmar que criaturas tiveram ancestral em comum é uma conclusão, assim como dizer que a evidência aponta também para um Criador comum também está válida, pois se Deus usa das forças físicas, leis biológicas, reações químicas e tudo mais para que sua criação fique perfeita, por que para toda criatura Ele teria de usar métodos diferentes, se uma sequência genética funcionou bem para fazer um animal andar de quatro patas, ter pelos grossos, orelhas esticadas, cascos nas patas e tudo mais, e Deus resolve criar um animal semelhante em características, por que Ele deveria usar outra sequência genética totalmente diferente? Se para o outro animal funcionou e este segundo é semelhante, por que não usar uma sequência semelhante?

Outro ponto é que é bastante interessante selecionar os genes e fazer comparações, pois com a grande quantidade de genes podemos selecionar o que nos dará melhores resultados - os 0,003% de todo o código - e excluir o restante, se usarmos esse método, até mesmo as bananas tem 100% do mesmo código que os humanos, Steven Jones afirma que as bananas tem 50% de seus genes compartilhados com os seres humanos.

O fato é uma coisa, a interpretação que se atribuí depende do paradigma que se acredita.

Pena que esses detalhes não são transmitidos ao público, logo eles só podem acreditar em uma informações com roupagem de ciência infalível e imparcial.

E é claro, Sérgio mencionou os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e 150 anos da publicação da Origem das espécies. E diz que afirmar que “Darwin matou Deus”, é pura besteira. Sérgio tenda argumentar sobre a religião e a evolução, ainda diz: "O que considero necessário não é a ciência da evolução se modificar com o objetivo de se tornar palatável para algumas crenças religiosas. O importante é que as religiões adaptem suas doutrinas para lidar com a realidade da evolução, assim como tiveram de se adaptar à teoria heliocêntrica do Sistema Solar 500 anos atrás."

As pessoas nunca esquecem situações como esta sobre a teoria heliocêntrica, e ela sempre serve de argumento para os críticos da religião, apenas lembro que Deus não fez uma Criação em que tudo é explicado pelo sobrenatural, Ele criou uma natureza passível de ser estudada, e deixou que aos poucos o homem fosse descobrindo essa criação através do estudo, Ele não fez Adão e o dotou com todo conhecimento sobre a natureza, Adão teria de aprender. Da mesma forma como Sérgio cita Isaac Newton em seus estudos sobre o sistema solar e chegou a conclusão de que é necessário a intervenção de um Ser Poderoso, e depois LaPlace desenvolve seu estudo sobre a estabilidade do Sistema solar e relata que não havia necessidade de Deus, esquece Sérgio que Deus pode ter feito todas as coisas com suas leis fixas, sua própria palavra diz: "Assim diz o Senhor: Se o meu pacto com o dia e com a noite não permanecer, e se eu não tiver determinado as leis fixas dos céus e da terra, também rejeitarei a descendência de Jacó, e de Davi..." (Jer. 33: 25-26).

Assim como a Bíblia já afirmava que a terra era arredondada (Isa. 40: 22) Também já dizia que existem leis fixas nos céus e na terra.

Sérgio também tenta argumentar ainda sobre a dificuldade de se explicar certos sistemas complexos, como o olhos por exemplo, mas não apresenta limitação alguma ou fragilidades na teoria do DI, apenas mostra suas concepções em relação as afirmações do DI.

Pena ainda fala sobre a questão de que artigos são publicados contra a teoria da evolução, e ainda observa que são feitas por pessoas que nunca leram Darwin, podemos também inverter o jogo e dizer que existem críticos que nem se quer estudam sobre o criacionismo ou o DI tão pouco leem a Bíblia, e ainda assim a chamam de "escrituras milenares de origem obscura".

Referências

[1] Nota publicada no Proceedings os the National Academy of Sciences, nos EUA.
[2] Ver Greater than 98% Chimp/ human DNA similatity? Not and more.

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